Disfunções Sexuais


Existem bastantes mitos em redor do que é uma vida sexual dita normal que podem dar a ideia às mulheres que têm uma disfunção sexual quando a situação que a afecta pode ser completamente normal. Então os mitos que mais frequentemente influenciam a percepção das mulheres são:
a) que o desejo é espontâneo
b) o prazer da mulher é "sujo", indecente, inapropriado,
c) que os orgasmos têm que estar presentes em todas as relações sexuais,
d) os orgasmos têm que ser múltiplos e/ou têm que ser simultâneos com os parceiros,
e) o prazer é da responsabilidade do homem, bem como os orgasmos
f) os orgasmos só são atingidos pela penetração/coito.



1. O que é então a Disfunção Sexual?



  • Perturbação ou problema numa ou mais das fases do ciclo de resposta da mulher ou ocorrência de dor associada à relação sexual. 

  • Dificuldade relacionada com a incapacidade da mulher para responder a estímulos sexuais e/ou para experienciar prazer sexual.

  • Implica stress ou sofrimento pessoal significativo.




Se o Períneo estiver saudável é mais fácil ter prazer durante a relação sexual?


 
O períneo tem grande influência na satisfação sexual. Anatómicamente, existem fibras musculares cuja função é facilitar a erecção clitoriana, e retrair o capucho da glande do clitóris para o expor e assim dar mais prazer à mulher, por outro lado o períneo circunda o corpo do clitóris (corpo esponjoso que é interno), e quando contrai com a tensão adequada estimula esta estrutura contribuindo para atingir o clímax.
 
Fisiológicamente as contracções dos músculos perineais acontecem no início da fase de excitação para aumentar a vasocongestão da região genital (aumento de fluxo sanguíneo vulvar) levando a um aumento das sensações físicas, e acontecem também ritmicamente durante o orgasmo, sendo estas contrações percepcionadas pelo cérebro como muito prazerosas.
 
Os músculos perineais, quando disfuncionais, podem estar hipotónicos (tónus muscular diminuído) ou hipertónicos (tónus muscular aumentado). Com um Perineo hipotónico, a mulher sente a vagina laxa, flácida, aberta e tem pouca sensação da penetração, levando à diminuição da intensidade do orgasmo, ou mesmo à ausência deste. Reporta diminuição das sensações genitais dela e do seu parceiro, diminuindo o prazer de ambos.
No caso dos músculos hipertónicos, em que temos uma hiperactividade e rigidez dos músculos perineais leva a situações de dor antes, durante ou depois do acto sexual, afecta o fluxo sanguíneo à vulva diminuindo a excitação e lubrificação, aumenta muito a fricção durante a relação sexual causando trauma mecânico levando a fissuras e mais dor. Em casos mais graves, os músculos perineais podem mesmo dificultar ou impossibilitar a penetração.
 
Muitas vezes existe um desconhecimento do próprio corpo, as mulheres desconhecem a sua anatomia, não têm controle sobre os seus músculos pélvicos, o que dificulta a obtenção de prazer. A Fisioterapia consegue ajudar, já que faz o ensino da anatomia e fisiologia pélvica, bem como ajuda a mulher a treinar a capacidade de contrair e relaxar correctamente os músculos pélvicos. Assim a mulher tem mais controlo e poder das suas sensações vaginais, imprescindível para uma actividade sexual satisfatória.

Para o acto sexual, é necessário alguma preparação física, e observa-se frequentemente, que a mulher não percebe a sua falta de tónus e agilidade muscular. Esta condição pode gerar desconforto que se traduz em dores e/ou inibição do desejo sexual, dificuldade de excitação e disfunção orgásmica. Por estas razões, alterações dos tecidos da região pélvica (pele, músculos, tecido conjuntivo, ligamentos, vascularização), decorrentes da gravidez e parto, de cirurgias pélvicas e mesmo envelhecimento natural, devem ser detectadas e tratadas por especialistas pois comprometem o desempenho sexual desta região.


 A fisioterapia Uroginecológica pode actuar em situações como:

a) Dor Vulvar (vulvodínia)
b) Dispareunia (dor no acto sexual)
c) Pós-cirúrgico
d) Alterações do Orgasmo
e) Lichen Planus (alterações dérmicas da vulva)
e) Vaginismo


Pode visitar este blog, que retrata o percurso de alguém que sofreu de vaginismo
http://vaginismos.blogspot.pt/search/label/Fisioterapia




(em construção.....)

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